Um Jogo de palavras
As palavras num jogo
Um jogo de palavras
De cabeça quente corpo frio
De corpo frio cabeça quente
Entrar no jogo sem poder sair
Viajar no corpo encantar o frio
Sem medo de poder sentir
Com coragem pra se manter aqui
A viagem começa, nossa história termina
Todos os dias, em outas épocas
Tudo termina, outros começam
Mas agora inicia
Com novas conversas
Com velhas palavras
Usando outras frases
Com novas mentiras
Repetindo as mesmas palavras
De cabeça quente corpo frio
Um olhar sombrio, uma lua branca
Meu sentido vil
Esperanto não é esperança
Tranca, larga, consome, viaja
Mas um vento vazio entrando na porta
Lembra que um dia existiu
Um corpo sublime numa voz profana
Macio, ama, luta, chora, engana
Antes sincero agora pilantra
Terminando o que não tem fim
Acabando o que não tem
Esperando, mas acabando
Mentindo e se enganando
Sem saber, sem poder saber
Querendo entender, por quê?
Quem, onde, qual
Viu? Hã? O quê?
Despedindo, expandindo, calando, sentindo
Uma hora na rua agora em casa
As palavras transcendem a raça
As palavras são duras, o coração despedaça
Pobre, tadinho
Sem poder reagir
Batendo num corpo frio de cabeça quente
Encarando o papel, a caneta
E agora um olhar
Que despedaça tentando, que ameaça olhando
Destrói construindo
Imaginando, viajando
Esquecendo, saindo
Balança, cansa, vai indo...
Vai indo...
(Diego Fortunato Raimundo)